Anthracinum
Mágoa silenciosa e profunda aparentemente inconsciente, como aceitasse que nunca mais falassem sobre ela. Duro com si mesmo, auto-censura.
Anthracinum é um remédio homeopático com uma ampla gama de aplicações, especialmente em condições de pele como acne, furúnculos, carbúnculos, erisipela e gangrena, este remédio é indicado em todos os casos de furúnculos e erupções semelhantes, sendo especialmente útil em casos de “sucessão de furúnculos” ou carbúnculos.
Caracterizado por uma queimadura terrível com carbúnculo e por suas propriedades curativas na febre esplénica e na pústula maligna, Anthracinum também trata erisipela, celulite e outros sintomas como dor de cabeça, inchaço da cabeça e parotidite gangrenosa.
No abdómen, pode provocar sensação de empurrão do diafragma para frente, aumento do baço e dor abdominal com arrepios. Também pode causar vômitos seguidos de diarreia sanguinolenta e colapso tipo cólera.
Os sintomas cardiovasculares incluem batimentos cardíacos fracos, cianose e sangue que não coagula, enquanto nas costas e membros pode causar glândulas axilares inchadas, dores articulares e edema.
Entre os sintomas gerais, Anthracinum pode causar inquietação, espasmos musculares e exaustão. Na febre, apresenta uma erupção crostosa e exsudativa, comichão, bolhas pretas ou azuis e úlceras descamativas, entre outros sintomas.
TEMÁTICA
O tema dos Nosódios e Sarcódios; a relação entre saúde e doença pode ser profundamente angustiante para aqueles que sentem, em seu íntimo, uma constante vulnerabilidade. Para esses indivíduos, há uma sensação persistente de que são anormais e frágeis, como se estivessem sempre à mercê de ataques externos ou internos. Essa perceção de fragilidade não é apenas física, mas também emocional, onde a pessoa acredita que algo está fundamentalmente errado em seu ser.
Há uma convicção subjacente de que a falha não está apenas em sintomas passageiros, mas no próprio sistema, como se o corpo e a mente estivessem, de alguma forma, defeituosos ou quebrados. Essa sensação de imperfeição pode ser avassaladora, levando a uma busca incessante por respostas: como corrigir esta falha? Como reparar o que parece estar tão profundamente errado?
Essa incessante autoinvestigação pode levar a uma hipersensibilidade em relação à própria saúde, com uma tendência a amplificar qualquer sinal de desconforto ou anomalia como prova de que algo está de fato errado. O medo de ser suscetível a doenças ou de estar continuamente em risco pode dominar os pensamentos, gerando uma ansiedade constante em relação ao próprio bem-estar.
Esta luta interna para identificar e corrigir o que se percebe como defeito pode ser exaustiva, mas também revela um desejo profundo de alcançar a normalidade e a saúde plena. A sensação de que a solução está fora de alcance pode aumentar a angústia, criando um ciclo de preocupação e frustração que se autoalimenta.
No entanto, esse processo de busca e reflexão também pode ser visto como uma manifestação de um forte desejo de autocuidado e autopreservação. A constante pergunta sobre como se reparar, embora nascida de inseguranças, pode, em última análise, levar a uma jornada de autoconhecimento e ao desenvolvimento de uma resiliência que transforma a percepção de fraqueza em força interior.