• LAC EQUINUM

    LAC EQUINUM (lac-eq)

    Este paciente apre­sen­ta uma com­plexa mis­tu­ra de frus­tração e dese­jo de liber­dade, sentin­do-se con­stan­te­mente con­fronta­do por obstácu­los que o impe­dem de alcançar o seu ver­dadeiro poten­cial. Ele anseia por inde­pendên­cia, o que se man­i­fes­ta no dese­jo de via­jar, mudar de emprego, dançar e explo­rar a espir­i­tu­al­i­dade. A sua natureza aven­tureira e indus­triosa leva‑o a envolver-se em diver­sas ativi­dades e pro­je­tos comu­nitários, sendo uma pes­soa loquaz e aber­ta à dis­cussão de novas ideias. No entan­to, esta tendên­cia para a comu­ni­cação pode, por vezes, ser acom­pan­ha­da por uma ati­tude de supe­ri­or­i­dade e insen­si­bil­i­dade, refletindo uma cer­ta aver­são à des­or­dem e, curiosa­mente, aos home­ns.

    Inter­na­mente, o paciente vive com uma sen­sação per­sis­tente de que está à espera da sua ver­dadeira vida começar, como se estivesse a reprim­ir o seu ver­dadeiro poten­cial. Esta sen­sação é acom­pan­ha­da por um medo da sua própria força de von­tade e da sua sex­u­al­i­dade, o que gera um sen­ti­men­to de cul­pa sem­pre que ten­ta des­fru­tar da vida. Este sen­ti­men­to de cul­pa parece estar rela­ciona­do com a perceção de que a sua mãe nun­ca teve a liber­dade que ele ago­ra dese­ja, o que o leva a suprim­ir as suas próprias paixões e a sen­tir-se inca­paz de viv­er ple­na­mente.

    Fisi­ca­mente, o paciente apre­sen­ta um quadro de sin­tomas especí­fi­cos, incluin­do um pos­sív­el diag­nós­ti­co de Transtorno Afe­ti­vo Bipo­lar (TAB), que poderá ter origem nas restrições impostas pelos pais durante a infân­cia. Além dis­so, sofre de ade­no­ma de prós­ta­ta e artral­gias, o que agra­va ain­da mais a sua sen­sação de frus­tração e lim­i­tação.

    No plano emo­cional e men­tal, este paciente vive num esta­do de apa­tia e frus­tração, o que tor­na os seus encon­tros inter­pes­soais difí­ceis. Apre­sen­ta-se fre­quente­mente con­fronta­cional e críti­co, com uma forte ori­en­tação para os negó­cios, mas tam­bém é impa­ciente e irritáv­el, rev­e­lando até pen­sa­men­tos rela­ciona­dos com vio­lên­cia. Emb­o­ra seja uma pes­soa orga­ni­za­da, demon­stra inqui­etude e desilusão face à sua própria vida, lutan­do con­tra a sen­sação de estar pre­so. Curiosa­mente, o paciente tem um afe­to par­tic­u­lar pelos cav­a­l­os, o que pode ser vis­to como um reflexo do seu dese­jo de liber­dade e conexão com algo mais nat­ur­al e instin­ti­vo.

    Este sen­ti­men­to de desilusão é muitas vezes acom­pan­hado por uma sen­sação pecu­liar de que o seu espíri­to sel­vagem ou a sua ver­dadeira natureza foram sub­ju­ga­dos, como se tivesse sido doma­do até à sub­mis­são. Esta sen­sação de ser con­ti­do ali­men­ta o seu dese­jo de se lib­er­tar e de viv­er uma vida que con­sid­era autên­ti­ca e ple­na.

    No que diz respeito às suas prefer­ên­cias ali­menta­res, o paciente tem um forte dese­jo por bacon, uma car­ac­terís­ti­ca pecu­liar que pode estar asso­ci­a­da a um dese­jo sub­con­sciente de indul­gên­cia e praz­er, algo que ele se sente cul­pa­do por per­mi­tir.

    Estas car­ac­terís­ti­cas emo­cionais, men­tais e físi­cas con­stituem a base para um trata­men­to home­opáti­co per­son­al­iza­do, que dev­erá focar-se na estim­u­lação da autor­reg­u­lação do organ­is­mo, pro­moven­do um equi­líbrio físi­co, men­tal e emo­cional, e aju­dan­do o paciente a encon­trar a sua ver­dadeira liber­dade e expressão de vida.


    TEMÁTICA

    O tema dos Lac abor­da prob­le­mas na lig­ação entre mãe e fil­ho, que podem ser cau­sa­dos por uma var­iedade de fatores, como doença mater­na, depressão pós-par­to, difi­cul­dades na ama­men­tação, pre­ma­turi­dade, ou sep­a­ração pre­coce. Ape­sar dess­es desafios, há um forte dese­jo de conexão, levan­do as cri­anças a adotarem com­por­ta­men­tos servis e respon­sáveis, refletindo uma carên­cia afe­ti­va.

    A dinâmi­ca famil­iar pode invert­er-se, com a mãe tor­nan­do-se depen­dente do fil­ho, geran­do uma relação de co dependên­cia. Em con­tex­tos onde a mãe é solteira, o fil­ho pode sen­tir a neces­si­dade de preencher o vazio deix­a­do pela ausên­cia de um par­ceiro parental. Essa situ­ação pode levar ao envolvi­men­to em causas soci­ais, como o fem­i­nis­mo, ou a uma pos­tu­ra rebelde, mas com uma causa clara e jus­ti­fi­ca­da. A espir­i­tu­al­i­dade pode tam­bém servir como um refú­gio ou uma for­ma de dar sen­ti­do à vida.

    A vitimiza­ção, acom­pan­ha­da de um sen­ti­men­to de indig­nação, pode sur­gir, espe­cial­mente em casos de abu­so, resul­tan­do em uma alternân­cia de com­por­ta­men­tos entre a bus­ca por justiça e a indifer­ença. Sen­ti­men­tos de cul­pa são per­sis­tentes e influ­en­ci­am a dinâmi­ca das relações famil­iares ao lon­go do tem­po.

    Além dis­so, um históri­co de abu­so na infân­cia, espe­cial­mente durante a fase de ama­men­tação, e prob­le­mas graves nas relações famil­iares ger­am con­fli­tos nos rela­ciona­men­tos atu­ais, difi­cul­tan­do a capaci­dade de supor­tar o toque e a intim­i­dade. Ao mes­mo tem­po, uma sex­u­al­i­dade aumen­ta­da e descon­tro­la­da, desprovi­da de restrições morais, provo­ca sen­ti­men­tos inten­sos de cul­pa, ver­gonha e auto-repugnân­cia. Ess­es con­fli­tos inter­nos podem man­i­fes­tar-se como transtornos ali­menta­res e Transtorno Obses­si­vo-Com­pul­si­vo (TOC).


tradutor
error: Content is protected !!