LAC LUPINUM (lac-lup)
Emocionalmente evasivo, evitando confrontar dores emocionais profundas. Sente-se como um forasteiro, não encaixando nos padrões estabelecidos, e tem uma vida marcada pela constante mudança de lugares e de relacionamentos, sem a necessidade de estabelecer raízes familiares. A sua desconexão emocional é evidente no charme que exibe, utilizando‑o como uma ferramenta para escapar de situações desconfortáveis, frequentemente mudando de assunto e até rindo de questões sérias, num esforço para desviar a atenção.
Nos relacionamentos, o paciente enfrenta conflitos recorrentes com mulheres, manifestando um medo subjacente. Muitas vezes, é dominado de forma violenta pela esposa ou atrai mulheres de natureza controladora e dominadora. Este padrão de submissão reflete um sentimento constante de injustiça, o que faz com que se sinta criticado e incompreendido. A sua dificuldade em gerir o dinheiro é também uma característica proeminente, enfrentando problemas em manter poupanças.
Há uma busca contínua por aventuras, impulsionada por um senso de imortalidade, que parece estar enraizado em experiências traumáticas na infância, incluindo casos de violência e abuso sexual. Estas experiências moldaram a sua perceção da vida, levando‑o a procurar constantemente perigo e adrenalina como formas de escape e de distração das suas dores mais profundas.
No plano mental, o paciente oscila entre emoções intensas e pensamentos diversos. Reflete frequentemente sobre a mortalidade e a imortalidade, sentindo-se simultaneamente atraído por ideias de proteção, especialmente no que diz respeito a crianças em perigo. Apesar de se sentir frequentemente como um intruso, fora de lugar, mantém uma organização interna surpreendente, que o ajuda a lidar com a confusão emocional. É crítico, tanto consigo próprio como com os outros, e tem uma forte inclinação para ajudar, mesmo que isso o coloque em situações difíceis e complicadas.
A administração do medicamento homeopático Lac Lupinum desperta‑o de uma forma peculiar, ao invés de curar por completo. Torna-se mais perceptivo e animado, revelando uma capacidade comunicativa acentuada. Demonstra uma espontaneidade indomável e desenvolve uma necessidade intensa de viver plenamente. Há um forte desejo de se possuir a si mesmo e ao seu espaço, acompanhado por uma fome insaciável pela vida e pela natureza. No entanto, este sentimento de deslocamento em relação ao mundo e à sociedade persiste, como se estivesse sempre fora de sintonia com o estado das coisas.
O paciente experimenta um despertar da sua sexualidade e da sua consciência corporal, o que o leva a procurar relações mais profundas e significativas, desejando também amizades verdadeiras. Muitas vezes, assume um tom brincalhão, mas a sua leveza esconde uma profunda necessidade de ser compreendido e bem-vindo. Doenças físicas podem manifestar-se como resultado do sentimento de abandono que o afeta profundamente. Ele sente também uma necessidade premente de movimento, sendo a dança e o exercício físico essenciais para o seu bem-estar emocional.
Em suma, este é um perfil de alguém que vive em constante fuga emocional, procurando no exterior (através de aventuras, relacionamentos turbulentos e busca de adrenalina) o que não consegue enfrentar dentro de si próprio. A sua história de traumas molda as suas interações com o mundo, mas há uma faísca de vitalidade e de desejo de transformação que, com o apoio adequado, pode levá-lo a uma maior integração emocional e física.
TEMÁTICA
O tema dos Lac aborda problemas na ligação entre mãe e filho, que podem ser causados por uma variedade de fatores, como doença materna, depressão pós-parto, dificuldades na amamentação, prematuridade, ou separação precoce. Apesar desses desafios, há um forte desejo de conexão, levando as crianças a adotarem comportamentos servis e responsáveis, refletindo uma carência afetiva.
A dinâmica familiar pode inverter-se, com a mãe tornando-se dependente do filho, gerando uma relação de co dependência. Em contextos onde a mãe é solteira, o filho pode sentir a necessidade de preencher o vazio deixado pela ausência de um parceiro parental. Essa situação pode levar ao envolvimento em causas sociais, como o feminismo, ou a uma postura rebelde, mas com uma causa clara e justificada. A espiritualidade pode também servir como um refúgio ou uma forma de dar sentido à vida.
A vitimização, acompanhada de um sentimento de indignação, pode surgir, especialmente em casos de abuso, resultando em uma alternância de comportamentos entre a busca por justiça e a indiferença. Sentimentos de culpa são persistentes e influenciam a dinâmica das relações familiares ao longo do tempo.
Além disso, um histórico de abuso na infância, especialmente durante a fase de amamentação, e problemas graves nas relações familiares geram conflitos nos relacionamentos atuais, dificultando a capacidade de suportar o toque e a intimidade. Ao mesmo tempo, uma sexualidade aumentada e descontrolada, desprovida de restrições morais, provoca sentimentos intensos de culpa, vergonha e auto-repugnância. Esses conflitos internos podem manifestar-se como transtornos alimentares e Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).