• LAMPONA CYLINDRATA

    LAMPONA CYLINDRATA

    Men­tal­mente apre­sen­ta um com­por­ta­men­to mar­ca­do por um dese­jo com­pul­si­vo e ime­di­a­to por aqui­lo que alme­ja, sendo pos­sív­el man­i­fes­tar tendên­cias como clep­to­ma­nia e um forte impul­so sex­u­al. Há uma clara mel­ho­ra no humor após a sat­is­fação sex­u­al, mas quan­do não con­seguem o que querem de ime­di­a­to, tor­nam-se impa­cientes e irritáveis. Essa impaciên­cia está asso­ci­a­da a um sen­ti­men­to de rebel­dia, que se inten­si­fi­ca quan­do se sen­tem ata­ca­dos ou con­trari­a­dos, levan­do-os a ter impul­sos súbitos e extremos de vin­gança, sem que con­sid­erem as con­se­quên­cias dos seus atos.

    Este quadro é acom­pan­hado por uma sen­sação de estar “enfeitiça­do”, o que aumen­ta a sua auto­con­fi­ança e a crença de que são capazes de faz­er o que quis­erem, sem lim­i­tações. Esta con­fi­ança exces­si­va pode traduzir-se em com­por­ta­men­tos sedu­tores, com uma notáv­el capaci­dade de se adap­tar e inte­grar em difer­entes con­tex­tos soci­ais. Con­tu­do, por detrás des­ta facha­da, o paciente exper­i­men­ta uma pro­fun­da ansiedade em relação ao futuro e à saúde, e enfrenta con­stantes momen­tos de inde­cisão e irres­olução quan­do pre­cisa de tomar decisões impor­tantes.

    As sen­sações e ilusões relatadas são bas­tante vari­adas. Muitos pacientes descrevem uma sen­sação de estar encan­ta­dos ou dom­i­na­dos por algo exter­no, o que os faz sen­tir que o cor­po não responde ade­quada­mente às ordens da mente. Algu­mas das per­cepções físi­cas incluem a sen­sação de estarem a ser esma­ga­dos ou alon­ga­dos, além de uma impressão de ter um caroço na gar­gan­ta, que inter­fere na capaci­dade de se expres­sarem livre­mente.

    Fisi­ca­mente, o paciente man­i­fes­ta sen­si­bil­i­dade ao frio na cabeça e uma acuidade aumen­ta­da dos sen­ti­dos, espe­cial­mente no olfa­to, o que os tor­na par­tic­u­lar­mente sen­síveis a odores fortes. Sons especí­fi­cos, como o de água a cor­rer, podem causar descon­for­to. Tam­bém é comum a pre­sença de prob­le­mas gas­troin­testi­nais, como flat­ulên­cia e fezes ardentes, além de ardor na uri­na. A pele mostra sinais de pruri­do gen­er­al­iza­do e uma sen­si­bil­i­dade aumen­ta­da aos pelos cor­po­rais, cau­san­do descon­for­to adi­cional.

    No que toca à ali­men­tação e ao sono, estes pacientes alter­nam entre momen­tos de fome e fal­ta de apetite, mas em ambos os casos há uma ausên­cia de inter­esse genuíno pela comi­da, sem que sin­tam ver­dadeiro dese­jo ou praz­er ao ali­men­tar-se. Para­le­la­mente, podem ser acometi­dos por um dese­jo súbito de dormir, rev­e­lando uma relação ambígua com o sono, que tan­to surge como uma neces­si­dade pre­mente como é mar­ca­do por uma insat­is­fação e inqui­etação per­sis­tentes.


    TEMÁTICA

    O tema das ara­nhas, expres­sa con­fli­tos com a figu­ra mater­na são um tema cen­tral, com a hiper­a­tivi­dade infrutífera, oposição e descon­fi­ança resul­tan­do do sen­ti­men­to de fal­ta de decisão e cas­tração provo­ca­dos por uma mãe dom­i­nado­ra, neg­li­gente, fria e críti­ca. Esta dinâmi­ca leva a um com­por­ta­men­to destru­ti­vo como uma for­ma de punição à mãe.

    A bus­ca por atenção é fre­quente­mente man­i­fes­ta­da por meio de hipocon­dria e dependên­cia, e ape­sar de afas­tar e punir os out­ros estrate­gi­ca­mente, o sen­ti­men­to de estar con­tra ele é vis­to como a raiz de todos os seus prob­le­mas. Sua impul­sivi­dade pode evoluir para cru­el­dade e vio­lên­cia repenti­na. O com­por­ta­men­to pode vari­ar entre bom humor e brin­cadeiras, mas tam­bém pode se trans­for­mar em sar­cas­mo, per­ver­ta e engano. Existe uma sen­sação con­stante de perseguição e um dese­jo de não ser toca­do. A pes­soa tam­bém demon­stra uma forte apre­ci­ação por vibrações, dança, músi­ca, rit­mo (peri­od­i­ci­dade) e cores flu­o­res­centes.

    O indi­ví­duo apre­sen­ta disci­ne­sia, com um rit­mo alter­ado e aver­são à plen­i­tude, o que pode inter­ferir em sua hiper­a­tivi­dade. Pode ser mis­antrópi­co, vinga­ti­vo e ofen­si­vo, escon­den­do uma vul­ner­a­bil­i­dade sub­ja­cente expres­sa em medo da morte e ansiedade de sep­a­ração. Em ter­mos de sim­bolis­mo ani­mal, enquan­to ara­nhas e escor­piões são ambi­ciosos, ape­nas os escor­piões alcançam resul­ta­dos reais; ara­nhas fre­quente­mente enfrentam con­fli­tos com a mãe, enquan­to escor­piões lidam com con­fli­tos rela­ciona­dos ao pai. A sen­sação de estar aper­ta­do ou amar­ra­do é fre­quente, com uma visão em túnel que é expres­sa em gestos. A pes­soa se sente sus­pen­sa entre a ter­ra e o céu, refletindo uma sen­sação de desconexão.

    O primeiro sin­toma notáv­el é a inqui­etude, man­i­fes­ta­da por uma ener­gia ner­vosa abun­dante que é difí­cil de con­tro­lar e está sem­pre à beira de um tumul­to (asso­ci­a­do ao Arsenicum album). A ansiedade é tão inten­sa que o movi­men­to con­tín­uo parece aliviar, e o autismo é uma man­i­fes­tação extrema des­ta inqui­etação. Remé­dios para ara­nhas podem ser indi­ca­dos em todo o espec­tro autís­ti­co.

    Além dis­so, podem ocor­rer dis­túr­bios ali­menta­res como bulim­ia e anorex­ia. A sen­sação de estar amar­ra­do à Ter­ra, mes­mo estando no ar, reflete uma con­fusão e des­ori­en­tação gen­er­al­iza­da, como se não estivesse total­mente em nen­hum lugar especí­fi­co.

    Essa sen­sação de desconexão com o tem­po é acom­pan­ha­da por des­ori­en­tação, fal­ta de clareza, erros fre­quentes, fraque­za de memória e até mes­mo con­fusão de iden­ti­dade. Através de sua sen­si­bil­i­dade, a pes­soa tem um con­hec­i­men­to agu­do das pes­soas, mas não uma com­preen­são real do que isso sig­nifi­ca. É sen­sív­el ao ambi­ente, mas sem uma for­ma ade­qua­da de reg­u­lar essa sen­si­bil­i­dade, o que fre­quente­mente resul­ta em hipersen­si­bil­i­dade. Os sen­ti­dos de visão, olfa­to e pal­adar tam­bém são exces­si­va­mente sen­síveis.

    Emb­o­ra seja capaz de cap­tar o esta­do de espíri­to e a sen­si­bil­i­dade dos out­ros, a fal­ta de com­preen­são real sobre como rea­gir ade­quada­mente a essas perceções pode cri­ar difi­cul­dades. A inqui­etação está asso­ci­a­da à ansiedade, que se man­i­fes­ta como uma inqui­etação men­tal, resul­tan­do em ver­ti­gens e uma fal­ta de esta­bil­i­dade na expressão, com mudanças ráp­i­das e sem causa aparente.


tradutor
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