• LATRODECTUS MACTANS

    LATRODECTUS MACTANS

    Apre­sen­ta uma per­son­al­i­dade frag­ili­dade, mar­ca­da por uma lon­ga tra­jetória de fra­cas­sos na ten­ta­ti­va de alcançar algo sig­ni­fica­ti­vo. Essa sen­sação con­stante de insuces­so faz com que reclame fre­quente­mente, uti­lizan­do os seus infortúnios como for­ma de chamar a atenção. A dependên­cia emo­cional do côn­juge é evi­dente, assu­min­do uma pos­tu­ra sub­mis­sa nas relações, mas, ao mes­mo tem­po, descon­fian­do do apoio que recebe, acred­i­tan­do que nada poderá mel­ho­rar a sua condição.

    Ape­sar de se esforçar para ser um tra­bal­hador efi­ciente e um par­ceiro ded­i­ca­do, sente que os seus esforços estão con­de­na­dos ao fra­cas­so. Essa frus­tração leva‑o a adoe­cer como uma for­ma de jus­ti­ficar a inutil­i­dade da vida, usan­do a fraque­za físi­ca ou a doença como des­cul­pa para evi­tar tare­fas e respon­s­abil­i­dades. A con­stante lamen­tação sobre a sua situ­ação tor­na-se uma car­ac­terís­ti­ca pre­dom­i­nante, sem uma ver­dadeira bus­ca por soluções.

    Além dis­so, o paciente demon­stra uma sen­si­bil­i­dade extrema a choques e trau­mas, fre­quente­mente inter­pre­tan­do-os como ameaças à sua vida. Isso gera uma angús­tia intol­eráv­el e incuráv­el per­ante a morte, com uma sen­sação per­sis­tente de perseguição. Esta vul­ner­a­bil­i­dade emo­cional reflete-se na sua resistên­cia em procu­rar aju­da, sendo um paciente difí­cil, que se comu­ni­ca com os médi­cos ape­nas para se queixar, sem demon­strar aber­tu­ra para trata­men­tos ou soluções. A descon­fi­ança e a bus­ca con­stante por com­paixão através de queixas con­tínuas acabam por iso­lar o paciente.

    Fisi­ca­mente, obser­va-se uma hipersen­si­bil­i­dade a ruí­dos, acom­pan­ha­da por sin­tomas cardía­cos. Em alguns casos, o paciente pode envolver-se em relações sado­ma­so­quis­tas, espe­cial­mente as mul­heres, que ten­dem a assumir um papel dom­i­nante. A neces­si­dade de apoio emo­cional é evi­dente, muitas vezes sen­tan­do-se em silên­cio, sem qual­quer direção nos pen­sa­men­tos, sendo descritos como solitários.

    As dores físi­cas são inten­sas, com­paráveis às dores de par­to, e muitas vezes forçam o paciente a dobrar-se para a frente, com as mãos pre­sas ao abdó­men. Sen­sações de par­al­isia, dores em for­ma de queimaduras e flux­os de calor são comuns, com uma sen­si­bil­i­dade par­tic­u­lar nas pal­mas das mãos e nas solas dos pés. Os sin­tomas agravam-se com o frio, a humi­dade e durante a noite, mas mel­ho­ram com o calor e ban­hos quentes. Estes pacientes são extrema­mente sen­síveis a ruí­dos, odores e mudanças climáti­cas, par­tic­u­lar­mente com a aprox­i­mação de tro­voadas.

    Emb­o­ra sin­tam sede, o con­sumo de água fria pode des­en­cadear vómi­tos, pio­ran­do o descon­for­to.


    TEMÁTICA

    O tema das ara­nhas, expres­sa con­fli­tos com a figu­ra mater­na são um tema cen­tral, com a hiper­a­tivi­dade infrutífera, oposição e descon­fi­ança resul­tan­do do sen­ti­men­to de fal­ta de decisão e cas­tração provo­ca­dos por uma mãe dom­i­nado­ra, neg­li­gente, fria e críti­ca. Esta dinâmi­ca leva a um com­por­ta­men­to destru­ti­vo como uma for­ma de punição à mãe.

    A bus­ca por atenção é fre­quente­mente man­i­fes­ta­da por meio de hipocon­dria e dependên­cia, e ape­sar de afas­tar e punir os out­ros estrate­gi­ca­mente, o sen­ti­men­to de estar con­tra ele é vis­to como a raiz de todos os seus prob­le­mas. Sua impul­sivi­dade pode evoluir para cru­el­dade e vio­lên­cia repenti­na. O com­por­ta­men­to pode vari­ar entre bom humor e brin­cadeiras, mas tam­bém pode se trans­for­mar em sar­cas­mo, per­ver­ta e engano. Existe uma sen­sação con­stante de perseguição e um dese­jo de não ser toca­do. A pes­soa tam­bém demon­stra uma forte apre­ci­ação por vibrações, dança, músi­ca, rit­mo (peri­od­i­ci­dade) e cores flu­o­res­centes.

    O indi­ví­duo apre­sen­ta disci­ne­sia, com um rit­mo alter­ado e aver­são à plen­i­tude, o que pode inter­ferir em sua hiper­a­tivi­dade. Pode ser mis­antrópi­co, vinga­ti­vo e ofen­si­vo, escon­den­do uma vul­ner­a­bil­i­dade sub­ja­cente expres­sa em medo da morte e ansiedade de sep­a­ração. Em ter­mos de sim­bolis­mo ani­mal, enquan­to ara­nhas e escor­piões são ambi­ciosos, ape­nas os escor­piões alcançam resul­ta­dos reais; ara­nhas fre­quente­mente enfrentam con­fli­tos com a mãe, enquan­to escor­piões lidam com con­fli­tos rela­ciona­dos ao pai. A sen­sação de estar aper­ta­do ou amar­ra­do é fre­quente, com uma visão em túnel que é expres­sa em gestos. A pes­soa se sente sus­pen­sa entre a ter­ra e o céu, refletindo uma sen­sação de desconexão.

    O primeiro sin­toma notáv­el é a inqui­etude, man­i­fes­ta­da por uma ener­gia ner­vosa abun­dante que é difí­cil de con­tro­lar e está sem­pre à beira de um tumul­to (asso­ci­a­do ao Arsenicum album). A ansiedade é tão inten­sa que o movi­men­to con­tín­uo parece aliviar, e o autismo é uma man­i­fes­tação extrema des­ta inqui­etação. Remé­dios para ara­nhas podem ser indi­ca­dos em todo o espec­tro autís­ti­co.

    Além dis­so, podem ocor­rer dis­túr­bios ali­menta­res como bulim­ia e anorex­ia. A sen­sação de estar amar­ra­do à Ter­ra, mes­mo estando no ar, reflete uma con­fusão e des­ori­en­tação gen­er­al­iza­da, como se não estivesse total­mente em nen­hum lugar especí­fi­co.

    Essa sen­sação de desconexão com o tem­po é acom­pan­ha­da por des­ori­en­tação, fal­ta de clareza, erros fre­quentes, fraque­za de memória e até mes­mo con­fusão de iden­ti­dade. Através de sua sen­si­bil­i­dade, a pes­soa tem um con­hec­i­men­to agu­do das pes­soas, mas não uma com­preen­são real do que isso sig­nifi­ca. É sen­sív­el ao ambi­ente, mas sem uma for­ma ade­qua­da de reg­u­lar essa sen­si­bil­i­dade, o que fre­quente­mente resul­ta em hipersen­si­bil­i­dade. Os sen­ti­dos de visão, olfa­to e pal­adar tam­bém são exces­si­va­mente sen­síveis.

    Emb­o­ra seja capaz de cap­tar o esta­do de espíri­to e a sen­si­bil­i­dade dos out­ros, a fal­ta de com­preen­são real sobre como rea­gir ade­quada­mente a essas perceções pode cri­ar difi­cul­dades. A inqui­etação está asso­ci­a­da à ansiedade, que se man­i­fes­ta como uma inqui­etação men­tal, resul­tan­do em ver­ti­gens e uma fal­ta de esta­bil­i­dade na expressão, com mudanças ráp­i­das e sem causa aparente.


tradutor
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