• Malandrinum

    Malan­drinum

     Na região da cabeça, é comum a ocor­rên­cia de ton­turas, muitas vezes acom­pan­hadas de dores frontais e occip­i­tais. Tam­bém pode haver o desen­volvi­men­to de impeti­go, que se espal­ha des­de a coroa da cabeça até ao pescoço, esten­den­do-se atrás das orel­has. Esta condição é car­ac­ter­i­za­da por crostas espes­sas de cor esverdea­da, que causam uma comichão inten­sa, espe­cial­mente durante a noite.

    Nos olhos, podem ser obser­vadas riscas ver­mel­has debaixo das pálpe­bras, enquan­to nos ouvi­dos surge fre­quente­mente um cor­ri­men­to pro­fu­so, puru­len­to, de cor amare­lo-esverdea­da, muitas vezes mis­tu­ra­do com sangue, o que provo­ca grande descon­for­to. Na boca, a lín­gua apre­sen­ta-se revesti­da de uma cama­da amarela, com uma lin­ha ver­mel­ha cen­tral, estando fre­quente­mente racha­da, ulcer­a­da e incha­da, o que afe­ta a ali­men­tação e o bem-estar ger­al.

    No sis­tema diges­ti­vo, há relatos de vómi­tos de matéria bil­iosa e episó­dios de náuse­as, que são acom­pan­hados de dores abdom­i­nais, espe­cial­mente à vol­ta do umbi­go. As fezes podem vari­ar entre escuras, com um odor féti­do que lem­bra o de cadáveres, ou diar­reia amare­la­da com cheiro extrema­mente desagradáv­el.

    Nos órgãos sex­u­ais, tan­to mas­culi­nos quan­to fem­i­ni­nos, tam­bém são obser­va­dos sin­tomas mar­cantes. Nos home­ns, é comum a manip­u­lação con­stante do pénis em cri­anças, enquan­to nas mul­heres, a vagi­na pode apre­sen­tar-se fecha­da com crostas impetig­i­nosas de cor amarela-esverdea­da-cas­tan­ha, cau­san­do descon­for­to sig­ni­fica­ti­vo.

    Em ter­mos de dores cor­po­rais, os pacientes fre­quente­mente relatam dores ao lon­go das costas, como se tivessem sido agre­di­dos. Nos mem­bros, surgem dores dolorosas nas artic­u­lações e as pon­tas dos dedos das mãos e dos pés tor­nam-se roliças. Nos mem­bros supe­ri­ores, podem apare­cer crostas impetu­osas nos lados exten­sores dos ante­braços. Já nos mem­bros infe­ri­ores, as dores local­izam-se, em espe­cial, na tíbia esquer­da, onde surgem man­chas semel­hantes a petéquias que se espal­ham pela face ante­ri­or da per­na, do joel­ho ao tornoze­lo. Petéquias podem tam­bém apare­cer em ambas as coxas, sendo a per­na esquer­da mais afe­ta­da, além de a condição con­heci­da como “knock-knee” (joel­hos jun­tos) poder ser obser­va­da.

    A pele é um dos sis­temas mais afe­ta­dos, com uma var­iedade de man­i­fes­tações der­ma­tológ­i­cas. Varío­la, saram­po, impeti­go em várias partes do cor­po, furún­cu­los e pús­tu­las malig­nas são comuns. Pode haver tam­bém efeitos adver­sos decor­rentes de vaci­nações. Peque­nas man­chas ver­mel­has escuras podem apare­cer nas per­nas, que não desa­pare­cem com a pressão, indi­can­do uma patolo­gia cutânea sub­ja­cente.

    Este con­jun­to de sin­tomas físi­cos e men­tais reflete uma condição com­plexa e abrangente, que exige uma abor­dagem cuida­dosa e mul­ti­fac­eta­da para tratar as múlti­plas man­i­fes­tações que afe­tam o bem-estar dos pacientes.


    TEMÁTICA

    O tema dos Nosó­dios e Sar­có­dios; a relação entre saúde e doença pode ser pro­fun­da­mente angus­tiante para aque­les que sen­tem, em seu ínti­mo, uma con­stante vul­ner­a­bil­i­dade. Para ess­es indi­ví­du­os, há uma sen­sação per­sis­tente de que são anor­mais e frágeis, como se estivessem sem­pre à mer­cê de ataques exter­nos ou inter­nos. Essa perceção de frag­ili­dade não é ape­nas físi­ca, mas tam­bém emo­cional, onde a pes­soa acred­i­ta que algo está fun­da­men­tal­mente erra­do em seu ser.

    Há uma con­vicção sub­ja­cente de que a fal­ha não está ape­nas em sin­tomas pas­sageiros, mas no próprio sis­tema, como se o cor­po e a mente estivessem, de algu­ma for­ma, defeitu­osos ou que­bra­dos. Essa sen­sação de imper­feição pode ser avas­sal­ado­ra, levan­do a uma bus­ca inces­sante por respostas: como cor­ri­gir esta fal­ha? Como reparar o que parece estar tão pro­fun­da­mente erra­do?

    Essa inces­sante autoin­ves­ti­gação pode levar a uma hipersen­si­bil­i­dade em relação à própria saúde, com uma tendên­cia a ampli­ficar qual­quer sinal de descon­for­to ou anom­alia como pro­va de que algo está de fato erra­do. O medo de ser suscetív­el a doenças ou de estar con­tin­u­a­mente em risco pode dom­i­nar os pen­sa­men­tos, geran­do uma ansiedade con­stante em relação ao próprio bem-estar.

    Esta luta inter­na para iden­ti­ficar e cor­ri­gir o que se percebe como defeito pode ser exaus­ti­va, mas tam­bém rev­ela um dese­jo pro­fun­do de alcançar a nor­mal­i­dade e a saúde ple­na. A sen­sação de que a solução está fora de alcance pode aumen­tar a angús­tia, crian­do um ciclo de pre­ocu­pação e frus­tração que se autoal­i­men­ta.

    No entan­to, esse proces­so de bus­ca e reflexão tam­bém pode ser vis­to como uma man­i­fes­tação de um forte dese­jo de autocuida­do e auto-preser­vação. A con­stante per­gun­ta sobre como se reparar, emb­o­ra nasci­da de inse­gu­ranças, pode, em últi­ma análise, levar a uma jor­na­da de auto­con­hec­i­men­to e ao desen­volvi­men­to de uma resil­iên­cia que trans­for­ma a perceção de fraque­za em força inte­ri­or.


tradutor
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